O teto de R$ 10 milhões para a captação de verbas para projetos culturais, estabelecido pela Lei de Incentivo à Cultura em 2017, tem gerado desafios significativos para a produção de musicais no Brasil. Carlos Cavalcanti, presidente do Instituto Artium de Cultura, afirma que esse limite afeta diretamente a duração das temporadas teatrais.
Custos elevados: Em entrevista, Cavalcanti explicou que a produção de um musical pode consumir até 50% do orçamento total do projeto em custos fixos. “As temporadas estão ficando mais curtas, e acaba ficando complicado, em termos de recursos”, afirma.
Impacto na permanência dos espetáculos: A impossibilidade de prolongar as temporadas de produções teatrais resulta em menos tempo para amortização de custos. “Quanto mais tempo o espetáculo ficasse em cartaz, maior seria o prazo de amortização e de aproveitamento deste recurso que, normalmente, vem de patrocínio”, detalha o produtor.
Oportunidades em metrópoles: Apesar da limitação financeira, Cavalcanti vê potencial no mercado de musicais nas grandes cidades. Ele destaca que São Paulo, com sua internacionalização, se assemelha a outras cidades do mundo que acolhem bem os musicais, como Londres e Nova York.
Futuro incerto: Com o cenário atual, o futuro das produções teatrais no Brasil pode ser incerto. Cavalcanti conclui que “apesar de haver um grande movimento cultural, é necessário revisar os limites para que os musicais possam prosperar em cartaz por mais tempo”.